Em uma manhã especial, no sábado (7) foi realizado na Clínica Cognitiva, um seminário com o tema TDAH voltado aos profissionais que trabalham diretamente com as crianças e adolescentes, especialmente os professores e pais de alunos. Também foi apresentada aos participantes, na ocasião, a equipe multidisciplinar que trabalha na Clínica. Alguns profissionais da equipe ministraram uma palestra falando sobre o tema TDAH e como as pessoas podem ser atendidas. A equipe da clínica é composta por:
– Paula Castro dos Santos: psicóloga, trabalha com atendimento a crianças, adolescentes e adultos com problemas psicológicos, emocionais e comportamentais, transtorno de aprendizagem, orientação vocacional, treinamento de pais e professores e avaliação neuropsicológica. Possui graduação pelo Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora – CES JF, especialização em Terapia Cognitiva Pós-racionalista (CETEPO Buenos Aires), especialização em Desenvolvimento Humano: Interface Saúde e Educação (UFJF), especialização em Psiquiatria com ênfase em Saúde Mental (FacRedentor) e pós-graduação em Neuropsicologia (Neisme / FacRedentor).
– Andréia Pedrosa Mota: fisioterapeuta, trabalha com atendimento a crianças, adolescentes e adultos com quadros de comprometimentos neurológicos. Possui pós-graduação em Fisioterapia na UTI-Universidade Estácio de Sá, pós-graduação em Educação Especial (FAFISM) e Mestrado em Ciência da Motricidade Humana (Universidade Castelo Branco).
– Denise Dornelas: fonoaudióloga, trabalha com atendimentos a crianças, adolescentes e adultos com distúrbios da fala, audição e linguagem, incluindo comprometimentos neurológicos, Transtorno do Espectro Autista, Síndromes e Distúrbios da Aprendizagem. Possui graduação pela UNI-IBMR-RJ, especialização em Educação Especial (FAFISM), aperfeiçoamento no curso Básico Neuroevolutivo BOBATH, aperfeiçoamento no atendimento no Transtorno do Espectro do Autista (AMA e ABRA SP) e aperfeiçoamento no método Perdoncinni para atendimento do Deficiente Auditivo.
– Dr. Rodrigo Vilhena Dutra: psiquiatra, médico atuante em Saúde Mental, Depressão, Ansiedade, Insônia, Transtornos Alimentares, Transtorno de Pânico, Álcool & Drogas, Psicoses, Fobias, além de tratamento clínico de Hipertensão, Diabetes, Colesterol e Triglicérides. Possui especialização em Psiquiatria (FacRedentor).
– Annelise Soares Rodrigues: terapeuta ocupacional, trabalha com atendimento a crianças, adolescentes e adultos com comprometimentos neurológicos e motores, Transtorno Espectro Autista e Desordens Sensoriais. Possui especialização em Especialização em Educação Especial (FIJ).
– Rita de Cássia Melo Dias Duarte: psicopedagoga, atua nas dificuldades e transtorno de aprendizagem, identificando os fatores que interferem na assimilação do conteúdo e elaborando intervenções e estratégias para que a aprendizagem aconteça. Possui graduação em Pedagogia, com especialização em Inspeção Escolar (FAFISM), especialização em Pré-Escola (Instituto Granbery da Igreja Metodista JF) e pós-graduação em Psicopedagogia (Faculdades Integradas de Jacarepaguá RJ).
Rita de Cássia falou um pouco sobre as estratégias que o professor pode usar em sala de aula, os recursos utilizados que ajudarão a facilitar o aprendizado da criança com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). “Muitas vezes, o professor, na sua prática, não sabe o que fazer naquele momento, qual atividade, jogo utilizar… Nosso objetivo é alcançar o maior número possível de profissionais e esclarecer sobre o transtorno, pois na sala de aula, temos que conhecer cada aluno, já que cada caso é um caso. Isso é importante para saber como trabalhar”, explica.
Denise Dornelas falou um pouco sobre as alterações na linguagem oral e escrita associadas ao TDAH, que podem vir sozinhas ou acompanhadas, agravando ainda mais o quadro e dificultar a terapia. “Mostramos também a importância do trabalho em equipe, porque muitas vezes quando a criança tem problemas de linguagem, o fonoaudiólogo consegue trabalhar, mas quando tem outra co-morbidade, seja menos ou mais grave, é necessário esse trabalho em equipe, para que seja eficiente o tratamento e a criança se desenvolva. O objetivo é esse”, afirma.
Dr. Rodrigo Dutra lembra que existem muito tabus e crenças erradas a respeito do TDAH que devem ser desmistificados para que as crianças tenham um tratamento o mais cedo possível. Segundo ele, há correntes que até mesmo negam a existência do transtorno, que é estudado há mais de 40 anos em vários países no mundo, com forte embasamento teórico em pesquisas comprovando a má funcionalidade do cérebro em focar a atenção e tudo que este transtorno acarreta ao longo da vida da criança se não tratado corretamente o mais cedo possível. “Pode até carregar para a vida toda. Estudos informam que 5% dos jovens e 3% dos adultos carregam esse transtorno em menor ou maior intensidade, podendo gerar problemas de concentração nos estudos, no emprego… O diagnóstico é feito antes dos 12 anos e quanto antes ele acontecer, melhor para o tratamento da criança, já que elas podem apresentar atraso de fala e de leitura, dicção e se não aprender no mesmo ritmo das outras, vai ficar para trás, acarretando outros transtornos, como depressão, ansiedade, somando frustrações ao longo da vida. Os pais às vezes não notam, porque dentro de casa a criança se comporta normalmente, já que as atividades costumam ser mais lúdicas, de brinquedos, televisão, videogame… Os pais notarão quando se deparem com um ambiente como a escola, de regras, postura, responsabilidades, ao ver que a criança destoa dos demais e não vai ter a paciência de ficar sentada, prestando atenção. São 3 tipos de TDAH e o mais comum que é o desatento, propriamente dito, que não é acompanhado de agitação. A criança não foca em nada. Em meninos é comum combinado com a impulsividade e a hiperatividade. Normalmente, pode ser detectado mais precocemente, porque o agitado é o que incomoda na sala de aula, mas não significa que os mais quietinhos não tenham”, avalia.
Paula Castro explicou que o tema TDAH foi escolhido porque é comum e geralmente os profissionais não sabem como lidar com ele. “Existe essa necessidade das pessoas conhecerem mais. Procuramos orientar e levar esse conhecimento. O TDAH está associado ao déficit de atenção, levando a comportamentos de desatenção, dificuldade de concentração, de manter o foco, começar uma tarefa, manter e completar. A Clínica Cognitiva funciona com uma equipe multidisciplinar para melhor atender as pessoas e ajudá-las”, completa.