O jornal Folha do Sudeste foi às ruas analisar o movimento do comércio para o período natalino que se aproxima e entrevistamos o empresário Gustavo Ferreira de Oliveira, diretor de Produtos e Serviços da CDL Muriaé e proprietário da Casa das Meias (46 anos de comércio).
Segundo Gustavo Ferreira, as quatro principais datas do ano para o comércio são: Dia das Mães, dos Pais, das Crianças e fecha com o Natal. “Sabemos que o SPC Brasil, a Confederação Lojista, a CNDL, fez uma pesquisa no final de outubro e começo de novembro mostrando que teríamos um acréscimo de 5,3% no valor do presente para este ano, comparado ao ano anterior. Mas devido à situação político-econômica vivenciada pelo Brasil somada ao vilão chamado inflação, vamos ter uma queda de 3,33%. A pesquisa é a nível de Brasil, mas Muriaé não ficou tão diferente. As lojas não estão tão movimentadas como nos anos anteriores. Voltando um pouco o tempo, em 2005 tivemos um comércio muito bom, mas a situação do Brasil era de crescimento, até um pouco ilusório pelo que estamos vendo hoje. Conseguiram manipular a economia e hoje estamos neste caos, que tirou a credibilidade para o nosso consumidor, que às vezes até tem um dinheiro em casa, mas fica com receio de gastar e não saber o que acontecerá mais à frente. Isso não é bom para a economia municipal e nacional, pois quando o dinheiro para, tudo acompanha essa paralisação. Temos que incentivar o comércio e as compras e vendas, porque isso é comum em todo país em recessão. Temos que esquecer as questões políticas e vir para o mercado, fazer as compras e fortalecer o movimento. Com mais vendas, gera mais empregos e consequentemente mais recursos na economia”, explica.
Ele reforça que não podemos ficar atrelados à economia de governos (visão de administração), porque a parte referente aos empresários é diferente (visão de crescimento) e tem que haver a credibilidade para que os investimentos ocorram. “O que tem acontecido é justamente o contrário: um entrave na nossa economia e no nosso consumidor. Mas, por outro lado, sabemos que o consumidor, de modo geral, deixa as compras de presentes para a última hora, bem próximo do Natal, então já temos visto o mercado começar a aquecer. Desde o começo da semana o ritmo acelerou e acredito que vai continuar assim para fecharmos um final de ano com possibilidade de quitar as despesas, mesmo que não seja com efetivo dinheiro em caixa. No ano seguinte, com certeza estaremos caminhando com os pés mais firmes. Nós, empresários, somos muito esperançosos e não podemos deixar de acreditar no que queremos e pretendemos. É o desenvolvimento dos negócios, que gera desenvolvimento da cidade e da economia. Com toda a dificuldade de 2016, não atingiremos o movimento dos anos anteriores, mas vamos melhorar nossas vendas nessa época natalina. Temos que confiar em nosso potencial, deixando a governança de lado e fazendo as cobranças necessárias em cima deles. O Brasil é um país muito bom e com uma população muito responsável, de consumidores sérios, confiantes e isso é um ponto muito importante que devemos destacar. Acredito que o presente médio por pessoa não deve fugir de aproximadamente R$ 50. Isso em média, porque tem pessoas que compram presentes de menor valor e outros que compram com preços mais elevados. As pesquisas são um pouco mais otimistas, mas acho que não vai muito além disso. Desejo a todos um Natal de muita saúde, paz, determinação, harmonia, confraternização, união de família, pensamentos positivos, de mais amor e respeito ao próximo”, completa.
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