O Neo – Sacerdote Padre Dilson de Oliveira Daldoce Júnior, filho da nossa terra, foi ordenado no dia 7 de maio em Friburgo (Freiburg im Breisgau, Alemanha) e veio passar uns dias em Muriaé com a família, nos dando a alegria de participar das Missas celebradas por ele.

No último domingo (20), tivemos o prazer de passar algumas horas com ele no almoço de confraternização que aconteceu no Salão Paroquial e a noite assistimos a Santa Missa das 19 horas, na Matriz Nossa Senhora Imaculada Conceição na Barra, celebrada pelo Pe. Dilson e concelebrada pelo Pároco Pe. Carlos, Pe. Marcelo (Paróquia Nossa Senhora Aparecida no Porto) e Pe. Silas (Paróquia Santa Rita em Miradouro).

Ao ser entrevistado pela nossa reportagem, Padre Dilson falou um pouco de sua trajetória e vocação: “É uma alegria recebê-los aqui hoje nesse dia. Vocês, que acompanharam uma parte do meu caminho, como tios do EAC. Que lembrança bonita! A minha caminhada na Igreja foi decisiva nos caminhos que fui encontrando. Desde criança, era participante na minha comunidade. Primeiro lá no Porto, onde fui Coroinha, fiz minha Primeira Comunhão no bairro Inconfidência e quando tinha 12 anos minha família mudou-se para a Barra. Comecei então a participar da Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição. Aqui, durante a minha adolescência, fui amadurecendo as perguntas que os jovens vão fazendo. O que eu quero fazer da minha vida? O que eu quero estudar? Eu, praticamente todos os dias, estava na igreja. Era nas missas, nas reuniões da liturgia, Pastoral da Comunicação… Tinha o EAC… E a medida que o tempo foi passando, veio a Crisma. 

A vida na comunidade e o fato de estar no meio das pessoas preenchia muito o meu coração. Quando o Mon Senhor Muniz chegou aqui na Barra, foi um fator decisivo na minha vida. Ele via minha inquietude e eu já pensava em ser padre, mas era apenas uma ideia não amadurecida, um sonho de menino que vê uma figura presente na comunidade e admira. Então, o Mon Senhor Muniz começou a me carregar pra todo lado. Batia na minha janela e dizia: “Funcionário, você quer ser padre? Então vamos visitar os doentes!” Era assim que ele me chamava (risos). “Vamos levar Comunhão”. Ele enxergava pouco e andava a pé nessas comunidades todas e na época essas comunidades não tinham igrejas. Eu ia acompanhando e aquilo pra mim só confirmava aquele propósito. Tudo fez muito sentido pra mim e continua fazendo ao longo dos anos. Por isso escolhi seguir a Cristo dessa forma, estar com as pessoas e levar através do Sacramento o conforto, perdão e esperança. Hoje, tenho 36 anos. Sabe como eu fui pra fora do país? É uma longa história, mas, resumindo: eu comecei minha caminhada vocacional aqui no Brasil, estudei em Santa Catarina, depois na PUC do Paraná, comecei fazer Teologia lá, onde também cheguei a concluir o mestrado. Nesse período, recebi uma bolsa de estudo para ir pra Roma. Fui estudar na Pontifice Universidade Lateranence de Roma, que é a universidade do Papa. Quando eu estava em Roma, era seminarista da Arque Diocese do Rio de janeiro, acolhido por Dom Orani, Arcebispo do RJ. Ele me enviou na época pra morar no Pontifício Colégio Teotônico, um colégio de língua alemã dentro do Vaticano. Então, em 2013, cheguei em Roma. Não sabia como seria, quanto tempo iria ficar… Fui motivado a ficar e continuar o meu  percurso. Fui estudando e as oportunidades foram aparecendo. Comecei a fazer mestrado em Filosofia, depois o doutorado, também em Filosofia, que ainda não terminei por causa da pandemia. Uma coisa foi levando à outra. Tudo estava caminhando para que eu fosse ordenado a padre Diocesano do Rio de Janeiro, voltasse pro Brasil e, quem sabe dar aula… Porém, o meu Reitor do seminário em Roma, é um padre alemão, que sempre me dizia que na Alemanha se precisa muito de vocações. Aqui no Brasil também precisa, mas quando se compara, a situação lá está um pouco mais complicada. Nós recebemos aqui no passado tantos missionários europeus… Em Muriaé vieram tantos padres holandeses, Mon Senhor, que veio da Espanha… Então, ele disse pra mim que agora seria hora de retribuir. Aceitei fazer a experiencia e fui confirmando esse propósito no meu coração, de servir a Cristo ali, onde Ele me necessita. Todo o meu caminho começou aqui em Muriaé. Aqui comecei a estudar inglês e espanhol, a me interessar por outros idiomas e outras culturas. Acho que tudo isso foi me preparando para eu chegar onde eu estou. Como Diácono, eu já estava em nove Paróquias. Agora como Sacerdote, eu não sei a missão que vai me esperar, mas estou muito confiante com a bagagem que adquiri aqui no Brasil, em Muriaé. Eu posso levar algo de bem: a mensagem de Cristo para as pessoas. Cheguei na terça-feira à noite com a minha família e eles foram para a ordenação. Voltamos juntos e aí foi um pouco difícil com o fuso horário para se adaptar ao sono. Então, celebrei ontem (sábado) na Paróquia do Porto, hoje (domingo) às 9h e 19h na Paróquia da Barra. Amanhã (segunda-feira), celebro a Missa das Almas na Barra e às 17h março presença no programa Boa Tarde com Cristo na Rádio Catedral. Fico em Muriaé até na quarta-feira e depois vou para o Rio, onde farei também algumas celebrações e visitarei algumas comunidades por onde passei, encontrar e compartilhar essa alegria com as pessoas que me acompanharam”, disse. 

“Agradeço muito ao Padre Carlos, Pároco da Barra, junto ao seu Conselho e sua equipe, pela acolhida, proporcionando a nós, comunidade, esse momento de confraternização, em que as pessoas puderam vir e me abraçar. Porque meu tempo ficou curto e não teria como encontrar com todos”, finaliza. 

Ao Padre Dilson, o nosso querido Dilsinho, que assim o conhecemos desde adolescência, os nossos parabéns e que Deus continue abençoando o seu Ministério!

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