HSP

O Centro de Estudos e Pesquisas da Casa de Caridade de Muriaé – Hospital São Paulo (HSP) realizou, na noite da última segunda (7), uma importante palestra a respeito da febre amarela, problema que tem afetado a população, especialmente de Minas Gerais, e vem trazendo muita preocupação a todos. Apesar disso, mesmo com toda a divulgação feita convidando para o evento, e sendo este gratuito, o interesse dos muriaeenses não teve o público esperado.

A palestra foi proferida pelo médico infectologista Dr. Antonino Adriano Neto, que fez importantes esclarecimentos sobre a doença. Ele explicou que até agora a forma de febre amarela que tem se alastrado é a silvestre e não a urbana. É importante saber disso porque para cada uma há um diferente mosquito transmissor. “Saber disso é importante para termos idéia de quem devemos vacinar primeiro, que no caso são as pessoas que moram na periferia: fazendas, roças, enfim, a área rural. A população da zona urbana pode se acalmar porque terá vacina pra todos, é só ter paciência e esperar. O governo está liberando as doses conforme a necessidade, que é primeiro a população rural. Quem não vacinou e vai para uma região que tenha casos confirmados ou vai para a mata, deve vacinar, porque essa é a área de risco. Sobre a febre amarela, 60% das pessoas não têm nada, mas 5-10% desenvolvem a forma grave, ou seja, o rim pode parar de funcionar, começa o sangramento e a pessoa fica amarela, por isso o nome da doença. Há chance de morte neste caso. Alertamos para quem chegue a desenvolver a febre amarela, mesmo que seja a forma branda, use repelente, para que o mosquito da cidade não comece a transmitir, passando da forma silvestre para a urbana”, explica.

O secretário municipal de Saúde, Dr. Paulo César de Oliveira, tranquilizou a todos, dizendo que não há no momento nenhuma situação de alarde ou alerta. “Temos buscado vacinas para toda a população de Muriaé. Essa semana deve chegar um número bastante elevado de doses e vamos vacinar os arredores, de modo que, se chegar alguma coisa por perto, não atinja a cidade. Estamos partindo para um extremo de prevenção, mas não temos sinal vermelho. Lembramos que é essencial que as pessoas façam o dever de casa e não deixem desenvolver o mosquito transmissor urbano. Onde tem lixo, sujeira e água parada, o risco está ali. Cada um deve zelar pela higiene de sua casa, ser o seu fiscal e o do vizinho. Se ver algo errado, deve denunciar. Esse é o papel de todos nós. Um por todos e todos por um”, destaca.

O provedor do HSP, Sr. Messias Vardiero, ficou satisfeito com os resultados da palestra, extremamente informativa, mas lamentou o fato da população não ter comparecido de forma numerosa, já que muitos têm se desesperado para vacinar mas não procuram se informar direito. “Felizmente não temos casos em Muriaé. A febre amarela está vindo das matas, da zona rural e aqui na cidade temos muitas regiões deste tipo por perto, então não deixa de ser perigoso. Precisamos estar atentos, porque é uma doença que chega pra matar. Mas, no momento, podemos ficar tranquilos. Teremos as vacinas para zona rural e deve sobrar 5-6 mil pra cidade, de modo que as pessoas devem aproveitar pra vacinar. Está tudo sob controle. Uma pena que não compareceram muitas pessoas, mas os que vieram podem agora passar a informação para frente”, afirma.

Também estiveram presentes no evento o vice-prefeito de Muriaé, Dr. Marcos Guarino (médico pediatra), o idealizador da palestra Dr. Carlos Eduardo Felipe Feres (presidente do Centro de Estudos e Pesquisas do HSP) e outros profissionais da saúde.

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