Presidente do PSDB diz a empresários que loteamento do governo e barganha política trazem enormes prejuízos ao Brasil
O aparelhamento partidário das empresas e ministérios é uma das ações mais prejudiciais ao desenvolvimento do país, disse o senador Aécio Neves a cerca de 1,2 empresários e profissionais do setor de turismo reunidos nesta terça-feira (01/04), em São Paulo, durante o Fórum Panrotas 2014, considerado o principal evento de debates do setor.
Um dia depois de reunir mais de 500 lideranças empresariais em São Paulo, o presidente do PSDB fez palestra para representantes do setor de turismo. Aécio Neves afirmou que o turismo brasileiro vem perdendo oportunidades devido à falta de planejamento e gestão eficiente do governo federal, a exemplo de outras áreas fundamentais para o desenvolvimento do país.
“O ministério tem sido loteado e ocupado sucessivamente por indicações de pessoas que não têm qualquer familiaridade com o setor. Enquanto continuar sendo instrumento de barganha política, nós vamos continuar com crescimento pífio, e isso é ruim para todo mundo”, disse o presidente do PSDB.
Muito aplaudido pelos presentes, Aécio Neves citou o fraco crescimento do número de turistas estrangeiros que visitam o Brasil como exemplo de oportunidades perdidas.
“Ao longo dos últimos 10 anos, desde a criação do Ministério do Turismo, o turismo de estrangeiros cresceu de 5,3 milhões para 5,6 milhões. Isso é absolutamente nada!”, disse o tucano.
Desarticulação
Aécio Neves também criticou a falta de articulação da área do turismo com órgãos responsáveis pela elaboração de estratégias de desenvolvimento do Brasil.
“Se o turismo não for compreendido como atividade econômica de excelência, e os responsáveis pela área do turismo não tiverem assento em grandes fóruns de decisão de estratégia governamental, o efeito será pífio”, afirmou.
Reivindicações
Durante o fórum, Aécio Neves recebeu documento com reivindicações de empresários do setor, como a regulamentação de contratações temporárias para eventos sazonais.
“A meu ver se justifica que possa haver especificamente para o setor do turismo, dada a sazonalidade de alguns eventos uma flexibilização na legislação trabalhista para que possam haver contratações temporárias em função dessa sazonalidade. É muito melhor isso do que a informalidade, que não protege o trabalhador e coloca em risco o próprio empregador”, disse Aécio Neves.