O Dia Nacional do Cardiologista é comemorado em 14 de agosto. O objetivo da data que homenageia os profissionais especialistas no diagnóstico e tratamento de doenças e disfunções relacionadas ao coração e a circulação sanguínea é também a conscientização sobre os cuidados com a saúde a fim de evitar problemas no coração.

Para lembrar a data A Folha do Sudeste fez uma entrevista com o Cardiologista Dr. Odilon Carvalho, diretor do Prontocor.

 

 

FdS – A Organização Mundial da Saúde – OMS informa que as doenças cardiovasculares são as principais causas mundiais de morte. No Brasil, 300 mil pessoas morrem anualmente em função de doenças cardiovasculares, um óbito a cada dois minutos. É um número que assusta, Dr. Odilon?

O.C – Assusta muito essa estatística é tenebrosa. Os governos precisam estar atentos para esses números, é importante distribuir nas grandes cidades e nos locais públicos aparelhos de eletrocardiograma com cardiodesfibriladores e drones de socorro que podem tratar o ataque cardíaco num primeiro momento. Se isso acontecer, conseguiremos inverter a estatística quando o doente chegar ao hospital.

 

FdS – Aqui em Minas Gerais a realidade é a mesma nacional? Ou existe algum diagnóstico diferenciado com relação às doenças cardiovasculares mais comuns?

O.C – Esses índices são praticamente iguais em todos os lugares do mundo. Alguns países mais frios como a Groenlândia e o noroeste da França têm incidência menor. O que mata é a doença cardíaca.

 

FdS – Quais as doenças, relacionadas ao coração, mais comuns no Brasil?

O.C – As mais comuns são angina, aneurisma da aorta abdominal, arritmia e infarto agudo do miocárdio (ataque cardíaco).

 

FdS – Quais os fatores de risco dessas doenças?

O.C – Tudo começa com o uso do cigarro e pressão alta. A Hipertensão Arterial vai provocar o crescimento do músculo cardíaco, hipertrofia, endurecimento das artérias, e fazer com que placas comecem a existir dentro das artérias, levando ao infarto.

 

FdS –  Sobre a hipertensão, existe alguma idade mais específica para ela aparecer?

O.C – Ela existe nas formas primária, secundária e pode ser provocada por problemas renais, podendo até, nesses casos, acontecer em crianças, mas, normalmente, começa acima dos 35 anos.

 

FdS – Muitas pessoas sabem que tem o problema, mas não se cuidam, isso é prejudicial?

O.C – Felizmente, hoje temos medicamentos e medidas que protegem essa pessoa por muitos anos, alguns deles, além de baixar a pressão são protetores circulatórios. Protegem artérias, vista, o coração, o cérebro, os rins, mas o problema é que as pessoas ou não se tratam ou abandonam o tratamento. Aí eu faço um alerta, quem está acostumado com a pressão mais alta, quando ela volta ao normal, tende a sentir mau estar, mas ele é passageiro, dura cerca de uns 15 dias, então é necessário persistência. A pressão alta pode provocar infarto e derrame.

 

FdS – Em todos os casos a rapidez no diagnóstico e agilidade no tratamento ajudam prevenir sequelas graves em caso de acidente cardiovascular?

O.C – Tendo o infarto precisamos procurar curar, a angioplastia primária feita de maneira rápida e eficiente tende inclusive a diminuir o número de mortes e sequelas nos infartados.

 

FdS – Em que situações a cirurgia cardiovascular é inevitável?

O.C – Ainda temos sim, alguns casos. Algumas artérias coronárias entopem no tronco, aí o melhor tratamento ainda é abrir o peito e fazer a revascularização.

 

FdS – Quais as suas recomendaçõe para que a pessoa se previna contra as doenças cardiovasculares?

O.C – Existe um procedimento muito simples para evitar esses problemas. Não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas, controlar o colesterol, emagrecer, controlar a pressão, emagrecer e fazer caminhadas. Mas o mais importante é procurar mais sorrir do que chorar, ter uma cara mais alegre, perdoar mais do que guardar rancor, isso é um estilo de vida saudável que evita várias doenças e com certeza evita a morte.

 

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