Editorial
A importância de se informar bem
Vivemos uma situação muito peculiar no Brasil atual. Em torno de muitas discussões entre concepções e valores sobre pessoas, atitudes, coisas, ações, empresas, religiões… Hoje todos têm opiniões formadas sobre quase tudo. Mas é preciso se questionar como essas opiniões se formam. Normalmente tem o viés familiar, claro, tendemos a pensar conforme orientação do nosso núcleo familiar mais próximo. Depois vem a escola, os amigos, a turma, a faculdade, a igreja. Sim tudo isso contribui para formar a visão de mundo, até a cidade onde moramos, o bairro, enfim…
Mas aí entra outro viés importantíssimo que não pode ser deixado de lado. A informação que chega através da mídia e, agora, das redes sociais. A mídia, em geral, é consenso, não é totalmente imparcial e não será o foco da discussão. Mas e as redes sociais, será que elas não têm filtro? Então. É no bojo dessas discussões que vamos encontrar um termo que vem se tornado comum: “viés de confirmação”. Trata-se da tendência que temos de lembrar, interpretar ou pesquisar informações que confirmem nossas crenças e hipóteses iniciais sobre um tema. Até aí tudo certo, uma pesquisa poderia ser feita num grande portal e retornar com dados que não confirmariam as crenças originais, ou existe a possibilidade do recebimento de posts em redes sociais muito opostos ao pensamento inicial, quem sabe, proporcionando uma mudança de opinião. Mas não é exatamente assim que funciona.
Já foram criados algoritmos de direcionamento de pesquisa, então quando pesquisamos em rede sobre algum ponto de interesse, esses algoritmos já nos direcionam para textos, imagens, mensagens, fontes, enfim, tudo que reafirma e combina com o que buscamos usualmente, reafirmando a nossa forma de pensar. Isso leva a outro ponto, o viés cognitivo, as pessoas só aceitam e interpretam informações que confirmem sua crença ou hipótese inicial e se fecham para o diferente.
Por isso a importância de ler mais, se informar em diferentes fontes, buscar por livros, quem sabe passear em uma biblioteca, ler jornais impressos, atentar para novas formas de pensamento. Elas existem e estão espalhadas por aí. Dar uma parada, abrir a janela, ver o dia acontecendo também são ótimas opções para espairecer e refazer a casa mental. Vamos tentar buscar formas diversas de opiniões, perspectivas, quem sabe assim, não eliminamos nossas fronteiras e passamos a criar pontes ao invés muros entre os diferentes?
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