Foto: Maiara Barbosa/G1

Passados o choque e o horror do impacto inicial o país começa a tentar entender o que realmente aconteceu na manhã de 13 de março na Escola Estadual Raul Brasil, no Jardim Imperador em Suzano, na grande São Paulo.

No dia que vai entrar para história como um dos mais tristes do país, um adolescente de 17 anos e um rapaz de 25, ex-alunos da escola, entraram atirando e mataram cinco alunos do ensino médio, com idades entre 15 e 17 anos, duas funcionárias, e se mataram em seguida. Antes, eles haviam matado o tio de um dos atirados que era dono de um comércio de aluguel de veículos. Nove jovens foram feridos e três ainda estão na UTI.

O corpo de cinco alunos e de uma das funcionárias foram velados coletivamente na Arena Suzano em meio a profunda emoção e indignação. Familiares em choque não conseguiam acreditar no que se passava. Cerca de 50 profissionais da rede municipal de saúde prestaram atendimento aos presentes. O Ministro da Educação, Ricardo Vélez esteve no local acompanhado do prefeito de Suzano, Rodrigo Ashiuchi. Ele abraçou e conversou com os parentes, ficou cerca de uma hora e não deu entrevistas. Mais de dez mil pessoas passaram pelo velório.

O Governador do Estado de São Paulo, João Dória, cancelou toda a sua agenda e se dirigiu ao local a fim de acompanhar o trabalho dos bombeiros. Antes de ir até a escola, em sua conta do Twitter, o governador lamentou o ocorrido, dizendo que era um dos dias mais tristes de sua vida. Ele ainda anunciou, no dia seguinte à tragédia, 14/03, que pretende indenizar em cerca de R$ 100 mil a cada família das sete vítimas ao ataque na escola, em até 30 dias, mas o pagamento está condicionado à assinatura de um documento se comprometendo a não acionar judicialmente o governo do estado.

De acordo com dados das investigações preliminares, divulgados pela Polícia Civil , que investiga o caso, é possível que os atiradores tenham planejado o crime por  mais de um ano, e trocaram informações com outros atiradores na deep web. Eles foram identificados como Guilherme Taucci Monteiro, 17, e Luiz Henrique de Castro, 25. Os rapazes eram vizinhos, moravam na mesma rua do bairro Jardim Imperador, próximo à escola onde o massacre aconteceu, sempre conversaram, frequentavam uma lan house do bairro. Eles foram enterrados sem velório em cemitérios afastados, para evitar manifestações.

Luiz Henrique trabalhava com o pai e no dia do crime, chegou a ir com ele até a plataforma onde pegariam um trem, mas disse que estava indisposto e voltaria para a casa. Não voltou.

Já Guilherme morava com a avó, a mãe e dois irmãos. Ele era recluso e não costumava conversar, havia trabalhado na loja do tio, Jorge Antônio Moraes, 51 anos, mas foi demitido, de acordo com um dos filhos de Jorge Antônio, porque retirava pertences dos carros que eram deixados no lavador de carros anexo à loja.

 

Os mortos são:

  • Marilena Ferreira Vieira Umezo, coordenadora pedagógica
  • Eliana Regina de Oliveira Xavier, agente de organização escolar
  • Pablo Henrique Rodrigues, aluno
  • Cleiton Antonio Ribeiro, aluno
  • Caio Oliveira, aluno
  • Samuel Melquíades Silva de Oliveira, aluno
  • Douglas Murilo Celestino, aluno
  • Jorge Antonio de Moraes, comerciante, morto antes da entrada dos assassinos na escola; ele é tio de Guilherme, um dos assassinos
  • Além dos assassinos Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos

Os nove feridos são:

  • Leticia Melo Nunes
  • Samuel Silva Felix
  • Beatriz Gonçalves
  • Anderson Carrilho de Brito
  • Murilo Gomes Louro Benite
  • Jennifer Silva Cavalcanti
  • Leonardo Vinicius Santana
  • Adna Bezerra
  • Guilherme Ramos

 

 

Foto: WERTHER SANTANA / Estadão Conteúdo

 

Share: