Os moradores do bairro Augusto de Abreu aproveitaram o dia 22 de março, quando se comemora o Dia Mundial da Água, para fazer uma manifestação contrária a uma obra realizada pelo Demsur na região. Eles foram capitaneados por Joel Sanches de Abreu, morador do bairro há 63 anos e ativista de proteção à água. Joel explica que considera o problema muito sério e que pode trazer consequências graves para a comunidade.

De acordo com ele, o bairro possui uma galeria que capta água do Distrito Industrial, Santa Helena, Posto, Vemasa, Loteamento Élder Abreu e do Planalto. Ela está sendo desativada. No lugar, o Demsur está colocando uma vazão de um metro e meia do diâmetro, porém a população considera que as manilhas são estreitas, pois não darão vazão ao volume em caso de chuvas mais fortes.

“Estamos aqui defendendo o que há de mais importante e valioso para a nossa vida, não é ouro nem prata, mas é a água! Sem dinheiro as pessoas vivem, mas sem água ninguém vive. Hoje reunimos essas pessoas e estamos dando um recado para o público. Essas manilhas parecem grandes- diz apontado para elas – mas é preciso entender que nas galerias deságuam o equivalente a cinco manilhas de um metro de diâmetro, como será essa vazão? Se chover muito, teremos enchentes e a mina pode ser contaminada”, afirma Joel.

Além da manifestação, Joel fez uso da tribuna da Câmara Municipal de Muriaé, durante a reunião de terça-feira (19) para reivindicar providencias urgentes do Legislativo. Na ocasião o presidente da Câmara, David Lacerda, designou a Comissão de Meio Ambiente que é formada pelos vereadores: Helena Carvalho, Celsinho e Jair Abreu, para fazer uma verificação no local, quanto aos riscos que a obra oferece à mina, além disso, a comunidade já entregou um abaixo assinado às autoridades.

“Os gestores públicos precisam conversar com o pessoal da redondeza, antes de iniciar uma obra. Precisamos pensar no amanhã. Se a gente não tiver competência de gerenciar os recursos hídricos estaremos cavando a sepultura dos nossos descendentes,” alerta Joel.

O Demsur esclareceu em nota oficial que a obra é realizada dentro das normas e padrões técnicos de engenharia e que o trabalho que está sendo feito não tem nenhuma relação com os alagamentos que já ocorrem nas áreas próximas.

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