A Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases e a Prefeitura da cidade, através da Secretaria Municipal de Saúde, promoveram uma Reunião Técnica para discutir ações de enfrentamento do sarampo e da influenza no município. O evento aconteceu a partir das 13h30, dia 11 de junho, na Casa de Maria e teve como público alvo médicos e enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde, Pronto Socorro e consultórios. O motivo foi a notificação de um caso de sarampo no município vizinho, Leopoldina, dois casos notificados e um confirmado em Cataguases. A informação é da Secretária Municipal de Saúde de Cataguases, Daniela Rezende Coelho, ela afirmou que a secretaria está muito atenta e cautelosa para evitar casos da doença.
“No nosso município estamos controlando bem, no caso da influenza temos uma média de 82% da população vacinada, mas é necessário que as gestantes e as crianças se dirijam aos postos para se vacinarem, porque, para essa população específica, as taxas ainda estão baixas. Alerto que todos dos grupos de risco devem colocar seus cartões de vacina em dia. Quanto ao sarampo, não tivemos casos nem notificações, mas com a possível existência de um caso em Leopoldina, resolvemos fazer a reunião como forma de prevenção, treinamento e alerta, assim podemos bloquear e evitar casos no município”, explica.
De acordo com boletim divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde, dia 10/06, a região da Zona da Mata registrou a terceira morte por Influenza A em 2019. O caso ocorreu no município de Leopoldina no dia 3 de junho, um caso de Influenza A foi registrado pela Secretaria de Saúde em Cataguases. O Presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases e também Presidente do Conselho Municipal de Saúde da Cidade, Dr. Joseph Antônio Freire, considerou o encontro proveitoso e acredita que, com treinamento e profissionais informados, novos casos serão evitados. “É importante lembrar que ano passado tivemos cinco casos notificados de influenza com três óbitos. Este ano apenas um caso e sem óbitos. A pessoa que apresentou a doença estava fora do grupo de risco do Ministério da Saúde e graças a equipe médica do Hospital Cataguases que agiu prontamente esta paciente está salva.”
William Lobo de Almeida, prefeito de Cataguases, agradeceu as equipes de saúde da cidade, porque os dados estatísticos exibidos trazem muita segurança para a população. “Graças a Deus os dados nos tranquilizam, mas é melhor prevenir que remediar. Tivemos um período de redução de gastos em função da crise financeira, mas fizemos questão de não cortar os agentes de endemias. Porque isso é um investimento. E agora estamos capacitando médicos e enfermeiros para evitar problemas mais graves na cidade, precisamos trabalhar unidos em função do bem de todos e estamos acompanhando os indicadores com muita atenção.”
O enfermeiro Referência Técnica em Agravos Transmissíveis, principalmente Sarampo e Influenza, da Secretaria Estadual de Saúde, Rodrigo Buonincontro Ribeiro, realizou a palestra do encontro. Ele é Coordenador do Setor do Núcleo de Vigilância Epidemiologia, Ambiental e Saúde do Trabalhador da Gerência Regional de Saúde (GRS) e dá suporte para 15 municípios do entorno de Cataguases. Buonincontro falou principalmente sobre a importância e necessidade das pessoas estarem vacinadas.
“Temos as vacinas contra a Influenza. Ela é mais específica para idosos, crianças e pessoas do grupo de risco e deve ser tomada anualmente, já que o vírus sofre mutações. Já a vacina tríplice viral protege contra Sarampo, Caxumba e Rubéola. Quanto ao Sarampo, é preciso enfatizar que no Estado de Minas temos quatro casos de pacientes confirmados com a doença. Essa informação deve ser levada em conta porque daqui a algum tempo teremos eventos de circulação em massa, como a Copa América, que atrai inclusive turistas de outros países, e isso eleva o risco do aparecimento de surtos e até epidemia da doença e a única forma de prevenção é a vacina”, afirma.
O especialista explica que pessoas até 29 anos de idade devem tomar duas doses da vacina e acima desta idade, até 49 anos, inclusive, pode se vacinar apenas uma vez. A primeira dose deve ser a partir de 12 meses. “A reunião foi muito importante porque tivemos a oportunidade de mostrar o cenário epidemiológico da influenza, alinhamos o protocolo de assistência e uso do medicamento, Tamiflu. Trocamos muitas informações e foi muito produtivo. Mas a população tem que entender que é necessário que todos façam sua parte: levar o cartão de vacina até os postos de saúde mais próximo de casa e verificar se precisa de tomar alguma vacina.”
A vereadora e médica Ginecologista Drª Maria Ângela Girardi fez questão de comparecer ao encontro para se atualizar. “É sempre bom vir aos eventos porque tratam-se de pessoas muito atuantes e com ótimas ideias. Agora, por exemplo, me deram a ideia de avisar nos grupos de médicos que temos poucas gestantes do particular vacinadas contra a influenza, então já joguei o alerta no grupo de médicos informando que o índice em nossa cidade está em 58% e a meta é 90%. Medidas como esta, podem fazer muita diferença. Atentar para pequenos gestos é muito importante. Temos casos de sarampo no município de Leopoldina. Até poucos anos atrás o Brasil, que era tido como país sem casos da doença, agora já contabiliza alguns casos. Muito em função das redes sociais, que tem grupos contrários a vacinação, mesmo havendo abundantes evidências científicas a favor da vacinação e isso é muito perigoso. Outro fator que acrescentamos é a imigração descontrolada.”
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