Gastos sazonais, como IPTU e IPVA, acabam comprometendo o orçamento das famílias e aumentando em 0,18% o número de consumidores inadimplentes
O início do ano de 2020 registrou leve aumento de 0,18% no número de consumidores inadimplentes em Minas Gerais na comparação com dezembro de 2019. Despesas sazonais, como IPTU e IPVA, comprometeram o orçamento das famílias. “Como neste período há uma sobrecarga de despesas, é importante o planejamento financeiro para não incorrer em dívidas que possam gerar a inadimplência”, explica o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Marcelo de Souza e Silva.
Apesar do número de devedores ter apresentado alta, o cenário é mais otimista na comparação entre janeiro de 2020 (0,81%) e janeiro de 2019 (1,33%). Isso porque houve melhora de alguns indicadores macroeconômicos como a queda da inflação, da taxa de desemprego, dos juros, e ainda ocorreu a elevação dos rendimentos médios reais.
Mulheres devem mais
Houve queda no indicador de inadimplência por gênero: homens (-0,84%) e mulheres (-0,19%). Apesar disso, as mulheres continuam acumulando mais dívidas. O motivo são as diferenças salariais no mercado de trabalho e também nos níveis de desemprego. Segundo dados do IBGE o universo feminino tem um rendimento 28% inferior à classe masculina (mulheres R$1.581 / homens R$ 2.195 – 4º tri. 2019). Já em relação à taxa de desemprego, a diferença é de 3,5 pontos percentuais (4º tri. 19 mulheres 11,4% e homens 7,9%).
Idosos também saem na frente na inadimplência
O indicador de inadimplência na faixa etária entre 65 e 94 anos de idade, em Minas Gerais inicia o ano com uma aceleração de 17,04%. Essa tendência é observada desde junho de 2018. O presidente da CDL/BH observa que mesmo com o aumento dos rendimentos reais, de 11,4%, ainda persiste a inadimplência. “Em muitas situações, os aposentados é que são os responsáveis financeiros pela família, além de terem altos gastos com remédios. Isso acaba comprometendo o orçamento, dificultando a quitação de suas dívidas”, afirma Souza e Silva.
Indicador de dívidas também cresce
Na base de comparação mensal, o indicador de dívidas seguiu a mesma tendência de crescimento observada nos inadimplentes. A alta registrada foi de 0,1% em janeiro/2020 em relação ao mesmo período de 2019 (-1,39%).
Em relação ao perfil das dívidas, a tendência é a mesma dos devedores, ou seja, homens (-4,36%) e mulheres (-3,9%) apresentam queda no número de dívidas. É importante destacar também que o motivo de queda menos intensa do gênero feminino está relacionado às diferenças existentes no mercado de trabalho.
Os idosos também concentram mais dívidas (12,56%). Seguindo a mesma tendência observada no indicador de devedores, embora apresente uma aceleração com menor intensidade.
Cresce também o número de empresas devedoras
Na comparação mensal (Jan.20 / Dez.19) a alta no número de empresas devedoras foi de 0,54%. Já na base anual (Jan.20 / Jan. 19), houve um crescimento de 2,33% no início do ano. Quando é feita a comparação anual por setor, o cenário é de crescimento da inadimplência em todos eles. O destaque é para serviços, que apresenta índice de 4,82%. O motivo é a retração da economia mineira por 11 trimestres consecutivos, impactando com mais intensidade esse segmento.
Vale destacar que no mês de janeiro de 2020 o número médio de dívidas por CNPJ foi de 1,883. Já em janeiro de 2019, foi de 1,978.
Mesmo com o registro de crescimento da inadimplência entre as empresas, quando é feita a comparação entre dezembro/2018 (-0,27%) e dezembro/2019 (-3,23%) percebe-se uma queda no indicador, iniciada em janeiro de 2019. O presidente da CDL/BH atribui essa tendência de desaceleração das dívidas à melhora do ambiente econômico. “As empresas estão recuperando suas receitas e quitando suas dívidas. A tendência que é esse cenário otimista persista, gerando maior ganho para as empresas e geração de emprego e renda no Estado”, afirma Souza e Silva.
Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso.
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