Os alunos e professores das Escolas Estaduais Orlando de Lima Faria, o Estadual, localizado no bairro São Francisco, e Professor Gonçalves Couto, que fica no Porto, realizaram, na tarde de segunda-feira, 9 de março, um ato em apoio a greve dos professores da rede estadual de Minas Gerais. O evento aconteceu na Praça João Pinheiro, no Centro de Muriaé e reuniu muitas pessoas, chamando a atenção de quem passava pela região.

Sandra Lúcia Couto Bitencourt, Diretora Estadual e Regional do SIND-UTE de Minas Gerais, pertence a diretoria da Subsede Muriaé, explicou os motivos do movimento. “Nós estamos aqui na praça hoje em apoio ao movimento estudantil de Muriaé. Eles apoiam a greve dos professores, que é uma tentativa de melhorar as condições de ensino no estado. Para se ter uma ideia, além do atraso no 13º, que, para alguns professores não foi pago até hoje, também tivemos problemas com as matrículas, em todo o estado. Como o sistema é online, tivemos alunos matriculados em escolas completamente fora do seu local habitual de estudo, inclusive os da cidade que foram alocados em escolas rurais. O governador também quer aumentar a contribuição previdenciária e se nega a reajustar os salários de 2017, 18, 19 e 20, o que chega na faixa de 40%. Então estamos em greve por tempo indeterminado, até que o governo se manifeste. No estado estamos 70% paralisados e aqui em Muriaé, por enquanto tivemos a adesão das duas escolas.”

Um dos alunos da Escola Estadual Orlando de Lima Faria, Rickelmy Manoel da Silva Pereira, falou sobre o apoio dos estudantes à greve dos professores. “Nós queremos o nosso direito e os professores também merecem o direito deles que é receber um salário justo e condições dignas de trabalhar. Na nossa escola falta até merenda.” A colega, Ana Beatriz Aredes, complementa a fala de Rickelmy. “Os professores estão fazendo milagre com o que tem, levam coisas de casa para ajudar na nossa alimentação.  Até papel higiênico os professores precisam doar. E, apesar do governo não arcar com essas despesas, os diretores não estão deixando faltar nada. Somos a favor da greve mesmo sendo ano de ENEM. Os professores não conseguem nem consultas pelo IPSEMG, que é o plano de saúde deles e o pagamento é descontado do salário.”

Sônia Martins, líder comunitária do bairro São Pedro, fez questão de apoiar a mobilização. “Embora eu não seja professora de rede estadual, atuo na rede municipal, me sinto no dever de apoiar os colegas, porque a melhoria na educação, passa pela valorização do profissional. Para se ter uma ideia existem professores que estão sem o 13º salário desde dezembro. Estamos iniciando um movimento e aguardamos uma resolução e as propostas do governo do estado.”

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