Na manhã desta sexta-feira (15), o ex-goleiro Paulo Goulart, que fez história defendendo as cores do tricolor carioca na década de 1980, nos deixou. Sua partida deixa um vazio no coração de todos os amantes do futebol e, em especial, daqueles que acompanham e torcem pelo Fluminense.
Paulo Goulart, nascido em Muriaé, começou sua jornada no esporte no Nacional de Muriaé. No entanto, foi em 1971 que sua trajetória ganhou um novo rumo quando foi descoberto por olheiros do Fluminense. Aos 16 anos, ele chegou ao Rio de Janeiro para integrar a categoria juvenil do clube das Laranjeiras, e em 1976, deu o salto para o time profissional, vestindo a camisa tricolor com orgulho até 1985.
Sua passagem pelo Fluminense é marcada por feitos memoráveis. Paulo Goulart é, sem sombra de dúvidas, o maior pegador de pênaltis da história do clube. Ao longo de sua carreira, ele conquistou três títulos do Campeonato Carioca (1980, 1983 e 1984) e foi uma peça fundamental na histórica conquista do Campeonato Brasileiro de 1984, quando o Fluminense brilhou intensamente no cenário nacional. Durante seu tempo no tricolor, ele disputou 137 jogos, incrivelmente não sofrendo gols em 58 deles. Sua contribuição para o Tricolor das Laranjeiras transcendeu as defesas espetaculares; ele era uma parte fundamental da identidade do clube.
O legado de Paulo Goulart vai além das estatísticas. Sua habilidade excepcional em defender pênaltis o tornou uma lenda no futebol brasileiro. Entre suas vítimas notáveis estão nomes como Zico, Roberto Dinamite e Nelinho, estrelas que frequentaram a Seleção Brasileira. Álem disso, por conta dessa fama, ele participou de uma esquete do programa “Os Trapalhões” da TV Globo onde a trupe apostava 10 mil cruzeiros em quem faria um gol de pênalti nele. Na mesma ocasião, Pelé participou da esquete e teve seu penalti defendido por Paulo Goulart.
No entanto, sua carreira foi encurtada devido a um problema oftalmológico que afetou sua visão a partir de 1983. Mesmo assim, Paulo Goulart permaneceu leal às Laranjeiras, fazendo breves passagens por outros clubes, como Ceará, Paysandu, Criciúma, Olaria e Porto Alegre de Itaperuna-RJ, onde encerrou sua jornada no futebol em 1988.