A 511ª Urezoma Cataguases ( União das Regionais da Zona da Mata ) foi realizada no dia 22/06 no Salão de Festas Manto Verde, com uma programação que incluiu o Coffee Break, a Abertura Oficial (com Dr. Joseph Antônio Freire – Presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Cataguases / SMCC; a acadêmica de medicina da Unifagoc Ubá Daniela da Silva Miranda Freire – Presidente da Associação dos Acadêmicos de Medicina de Cataguases e região / AAMC; Dr. Delano Carlos Carneiro – Presidente da Urezoma; Dr. Fábio Augusto de Castro Guerra – Presidente da Associação Médica de Minas Gerais / AMMG, Dr. Ricardo Hernane Lacerda Gonçalves de Oliveira – Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais, o acadêmico de Medicina da Unifaminas João Carlos representando Stella Gontijo Sant’Anna Vaz de Melo Dorneles – Presidente da Sociedade dos Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais / SAMMG, Dr. Jairo representando a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Juiz de Fora, Dr. José Carlos reapresentando a Sociedade de Medicina de Muriaé, Dr. Paulo Rubens da Sociedade de Medicina de Leopoldina, Dr. Fernando Presidente da Sociedade de Medicina de Vicosa, Dr. Sérgio Alvim Presidente da Sociedade Médica de Manhuaçu e as palestras: “Violência Obstétrica” – Um Panorama Atual” com Dra. Karen de Sá Schettino; “Autonomia, Consentimento e Recusa de Tratamento” com Dr. Valderli Durães Gomes; “Marketing Médico: A Estrutura que Você Precisa para Conquistar Pacientes Online” com Lucas Rodrigues; “Desmistificando o Mercado Financeiro” com Raphael Lentini Andrade, “A Questão Médico-Paciente na Atualidade” com Dr. Lincoln Lopes Ferreira e a mesa redonda de debates, a entrega do “Troféu Honra a Ética Dr. José Queiroz Pereira” aos médicos Dr. Cláudio Bortone Soares da Cunha, Dr. João Batista Martins e Dr. José Carlos Marques Ramos e do “Troféu Mérito Acadêmico”, além do almoço de confraternização.

O coordenador do evento, Dr. Joseph Antônio Freire, acredita que foi um encontro muito produtivo, com debates importantes em temas de área jurídica, marketing e até mesmo operação financeira. E, não menos importante, a relação médica para as ciências nos dias atuais. “Após o debate, foi realizada a homenagem aos médicos de destaque em 2023, com o Troféu Dr. José Queiroz e o de Mérito Acadêmico, uma premiação ao melhor trabalho científico de Medicina de Cataguases e região, além do sorteio de brindes. No primeiro lugar do prêmio, tivemos a UNIFAMINAS de Muriaé, seguido pelas instituições das cidades de Matipó e Juiz de Fora”, avalia.

Dra. Karen de Sá Schettino Malta, médica residente do terceiro ano de Ginecologia Obstetrícia do Hospital Regional João Penido da FEMIG Juiz de Fora, pós-graduanda em Sexualidade Humana, destacou o prazer enorme de estar presente em um evento deste nível. “Já participei do Urezoma na minha cidade natal, Leopoldina, mas é a primeira vez que venho aqui neste evento em Cataguases. É uma troca de conhecimentos muito interessante, de união médica, de atualização, não só no campo médico, mas na questão de judicialização e de preparo do médico para o mercado de trabalho. Mesmo sendo vistos como jovens, vale lembrar que a Medicina demanda muito tempo da nossa vida. Nos meus últimos 10-15 anos, minha vida foi 80% dedicada à Medicina. E fico feliz em poder trazer algum conhecimento e partilhar com os outros colegas, alguns com mais tempo de experiência e outros menos do que eu”, reforça.

Dr. Delano Carlos Carneiro, médico e advogado, presidente da Urezoma, afirma que foi um momento glorioso, com a presença dos médicos e acadêmicos de Medicina, que compareceram para valorizar o encontro e levar uma grande esperança. “Eles, na verdade, estão constituindo o futuro, apreciando a Urezoma e se interessando por esse movimento, cujo ideal é a boa prática médica e a preservação da ética. Eles vão manter viva essa chama. Por isso é tão importante esse intercâmbio entre o médico, já com algum tempo de formado, e o acadêmico. Foi um momento muito especial, com um suporte das instituições maiores para nos dar orientações e, sobretudo, trazer essa segurança que precisamos, num momento tão controverso do exercício da Medicina. Devemos ter condutas adequadas, corretas e embasadas, valorizar o comportamento ético, o conhecimento de maneira continuada e essa relação com os profissionais, estabelecendo boas relações com todos da área de saúde”, explica.

Segundo ele, como advogado, médico e ser humano, a vida é um bem que não nos pertence, ela vem do criador. “Só ele pode nos dar ou retirar. Não pode haver, da parte do médico, exceto em condições de risco de vida para a mãe, essa interferência na vida do bebê. O aborto é uma violência sem tamanho, pois ceifa uma vítima indefesa. Isso é incompatível com a ética. O Conselho, a Associação Médica, e nós, médicos, temos um entendimento muito claro: não apoiamos o aborto. É algo muito grave essa interferência do jurídico em uma questão que é de natureza eminentemente ética. E o Conselho Federal de Medicina veda esse procedimento. Portanto, não cabe aí essa interferência da Justiça em um tema de tamanho e importância, que é a vida, um bem que precisa ser preservado, valorizado. O código de ética médica que é a constituição do médico o exime de tomar atitudes a serem impostas a ele, que ele não concorda ou que vão contra sua consciência. Não podemos ferir nossos princípios éticos para atender uma determinação, seja do hospital ou do próprio paciente. Temos que preservar nossa autonomia e esses princípios são fundamentais e claros”, garante.

Poliana da Silva Caçador contou sua experiência na iniciação científica: uma pesquisa na Fundação Cristiano Varella sobre a incidência de depressão em mulheres que estão em tratamento quimioterápico para câncer de mama. E correlacionou com fatores como: faixa etária, estado civil, tipo de tratamento cirúrgico e religião. “Fiz um questionário e apliquei na sala de quimioterapia, enquanto conversava com as mulheres. Teoricamente, esse questionário era pra ser feito em 5 ou 10 minutos. Mas muitas vezes, eu ficava a sessão de quimioterapia inteira com elas. Eu imaginava que encontraria uma alta incidência de depressão nessas mulheres, mas, a cada vez que eu ia, aprendia mais. Eu via que elas valorizavam a vida muito mais do que as outras pessoas. E a quimioterapia era o elixir da vida. Elas iam lutando cada vez mais, felizes e alegres por terem aquela oportunidade. É muito emocionante. Me mostrou como ser uma médica mais humana para se dedicar às pessoas, sentando, escutando, não só fazendo o básico, mas sendo humana. Nessa iniciação científica, eu transformei em um artigo e mandei para concorrer ao Troféu Mérito Acadêmico. Meu grande troféu não é esse físico que eu ganhei, mas a oportunidade de conviver com essas mulheres e de levar isso pra minha vida. Cada dia eu levanto e valorizo a vida que eu tenho e luto por ela”, reflete.

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