Ana Cecília (Engenheira Florestal), Lurian Cardoso (Engenheira Agrônoma), Juliana
Guarino (Gestora Ambiental) e Gilberto Bonato (Engenheiro Agrícola e Ambiental)
Foi comemorado, na última terça-feira (5), o Dia Mundial do Meio Ambiente. A data foi criada pela ONU (Organização das Nações Unidas) em 1972 com o intuito de ressaltar a importância da preservação ambiental e alertar quanto aos perigos de negligenciar a tarefa de cuidar do mundo em que vivemos. Em um dia tão importante, a gestora ambiental Juliana Guarino, formada em Administração e MBA em Análise Ambiental, concedeu uma clara e didática entrevista ao nosso jornal, com o objetivo de promover a conscientização coletiva a respeito da necessidade de preservar o meio ambiente.
JFdS: Quais são os maiores desafios na área de preservação ambiental?
JG: Eu acredito que o maior desafio é conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental. Esse equilíbrio é importante para que todos busquem seguir essa linha de conduta. Se as empresas e seus funcionários tiverem a postura de equilibrar seu trabalho e a preocupação com a preservação ambiental, teremos um mundo melhor e mais qualidade de vida.
JFdS: Você considera que, atualmente, há maior atenção a assuntos ecológicos do que antigamente?
JG: Hoje, nós vemos que as crianças têm um interesse maior, pois são apresentadas ao assunto na escola. Há um tempo, nós vivíamos com mais fartura, portanto tínhamos uma preocupação menor e os estabelecimentos de ensino abordavam menos o tema. Hoje em dia, as pessoas se preocupam mais. Contudo, durante a transição da criança para a adolescência até a fase adulta, parece que nos esquecemos da importância da preservação ambiental. Temos que descobrir qual é o momento em que nos esquecemos que a natureza é importante em nossa vida.
JFdS: O consumismo é um dos principais inimigos do meio ambiente?
JG: Com certeza. Hoje em dia, muita coisa é descartável. A quantidade de lixo que produzimos atualmente é muito maior do que a que produzíamos antes. Temos muito material reciclável, mas não realizamos a separação do lixo em nossas casas. É uma questão muito séria. Um único presente pode conter diversas embalagens, e isso gera resíduos. Portanto, precisamos observar como é o nosso consumo e o quanto de lixo produzimos.
JFdS: Como deve ser a postura da população em relação ao nosso rio e as nascentes de água?
Nossa cidade se desenvolveu às margens do rio Muriaé, e infelizmente ainda percebemos que nele são descartados diversos resíduos de todo tipo. Além disso, ao redor, há uma mata ciliar precisa e deve ser preservada. Quando alguém retira essa vegetação, mesmo que com o objetivo de fazer uma limpeza, o rio também é prejudicado. Quem está na área rural também deve ter cuidado com as fontes de água e cercar as nascentes, porque elas afloram a água que se tem em uma propriedade. Precisamos entender que o meio ambiente é um ciclo e nós não estamos desligados dele.
JFdS: Quais orientações você gostaria de deixar para a população em relação a meios de preservar o meio ambiente?
JG: Em Muriaé, temos uma população de mais de 100 mil habitantes, o que gera em uma imensa quantidade de lixo produzido diariamente por todos nós. Para mim, a solução para que tenhamos uma vida e uma qualidade ambiental melhor é perceber como é possível reduzir a produção de resíduos sólidos, porque isso faz a diferença.