Na última semana, a sociedade muriaeense ficou com a sensação de que a justiça pode até tardar, mas não falha. Nos dias 18 e 19 de fevereiro, foi realizado, com duração de 37 horas, o julgamento do delegado aposentado da Polícia Civil (PC), Wagner Schubert, por possível envolvimento no assassinato de sua mulher, a professora Mônica Vidon, dia 19 de novembro de 2008. A vítima foi baleada com um tiro na cabeça e socorrida, morrendo no hospital, no dia seguinte. Ela havia sido surpreendida, em um beco sem saída, ao chegar em casa, perto da Av. José Máximo Ribeiro, entrada do bairro Bico Doce. De acordo com a apuração da Polícia Civil e Ministério Público (MP), o autor do homicídio atirou e fugiu na garupa da moto de um comparsa.
O júri popular, no Fórum Tabelião Pacheco de Medeiros, Muriaé, teve 7 jurados, com a presidência do juiz Maurício José Pirozi. No primeiro dia (quinta, 18/02), foi feito o interrogatório de 8 testemunhas e a exibição de 3 depoimentos em vídeo prestados à Polícia Civil. Duas delas foram dos supostos autores do crime, assassinados em março de 2013 e agosto de 2015, respectivamente. O outro foi de uma jovem que confirma a versão da acusação, mas não foi encontrada pela Justiça para depor no júri. Já o segundo dia, foi marcado pelo depoimento do réu e debates entre acusação e defesa, por aproximadamente 5 horas. Destacaram-se as atuações da promotora Jackeliny Rangel e do assistente de acusação, Lúcio Adolfo.
A família e acusação comemoraram o resultado: Wagner foi condenado a 24 anos de prisão, inicialmente em regime fechado, por ser considerado culpado, como mandante do crime. Anunciada a sentença, seu advogado, Carlos Henrique de Souza, protocolou recurso imediato, afirmando que buscará a realização de um novo julgamento, no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). A alegação de decisão contrária às provas dos autos, ou, como disse, “na pior das hipóteses”, a redução da pena, que classificou como ‘exacerbada’.
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