Em 15 de outubro é comemorado no Brasil o Dia do Professor. A data foi criada 1947, por um professor paulista, Salomão Becker. Mais tarde em 1963 a data foi oficializada através do Decreto Federal nº 52.682. Mas o dia em que se homenageiam esses profissionais tão especiais teve origem na época do Império, quando em 15 de outubro de 1827, o Imperador D. Pedro I promulgou um decreto criando o Ensino Elementar no Brasil, quando tornou-se obrigatória com a implantação das escolas de “primeiras letras” em todos os vilarejos e cidades do país.

E para lembrar a data o Folha do Sudeste foi até a Escola São Paulo e conversou com o professor Lander Lima dos Santos. Ele leciona há 11 anos e trabalha na escola há quatro anos e meio, dando aulas de História e Geografia.

FdS – Como é a sua relação com os alunos, e qual é a principal dificuldade que um docente enfrenta no dia a dia?

Lander – Minha relação com os alunos é relativamente tranquila acredito que tenho um índice de aprovação um tanto razoável, eles tem gostado bastante do meu trabalho tanto em Geografia quanto em História e dou aulas em todas as turmas da manhã. A principal dificuldade que temos hoje em sala de aula é o celular.  Precisamos o tempo todo  chamar a atenção do aluno para a matéria do dia a dia, já que as mídias sociais são mais atraentes para eles. É necessário fazer com que os alunos consigam enxergar uma aplicação da matéria dada em sala de aula no seu cotidiano. Acho que essa barreira está para todos os professores, por isso tentamos colocar a tecnologia na sala de aula, para atrair o aluno, mas é difícil o equilíbrio. É preciso muito jogo de cintura.

FdS – O que é mais gratificante na profissão, você acha que o professor é valorizado?

Lander – O professor atualmente não é muito valorizado não, nós temos aí todo um processo de lutas e conquistas, mas desde a década de 80 a profissão tem perdido o valor, principalmente na questão familiar e social, não apenas na questão salarial. Antes, se chamassem a atenção do aluno os pais chegavam a vir na escola para agradecer, agora eles vem brigar por que chamou a atenção do filho. Mas a profissão é gratificante, porque vemos as mentes sendo formadas e estamos contribuindo com isso. Acabamos também, às vezes, fazendo o papel de família, porque o nosso trabalho em sala é ensinar o conteúdo sistematizado, mas passamos disso e abraçamos, em alguns casos, atribuições que não deveriam ser nossas. Às vezes é complicado. Têm diminuído muito o número de profissionais.

 

FdS – Qual conselho você daria para quem pretende seguir a carreira?

Lander – O conselho que eu daria para o novo professor é se preparar sempre. Ter consciência que não vai encontrar na vida o mundinho perfeito da faculdade, seja em qualquer escola, municipal, estadual, federal ou particular. É preciso ter paixão pela profissão, sem isso não dá para encarar.

FdS – Tem algum agradecimento especial?

Lander – Agradeço aos alunos e aos pais, que sempre estão muito presentes e nos mostram que o trabalho está sendo bem desenvolvido e fazendo a diferença para eles. Agradeço também ao Diretor da Escola São Paulo, José Nicodemos Couto, pela estrutura disponibilizada para que o ensino seja, cada vez mais de qualidade e aos colegas de carreira que me acompanham e me apoiam nessa jornada.

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