As ruas da Barra foram palco de manifestação de centenas de alunos, professores, servidores e até familiares do IF Sudeste de Minas Muriaé. A unidade que atende mais de mil alunos em cursos de nível médio, concomitante e superior, também vai sofrer com o contingenciamento de verbas imposto pelo Governo Federal.

Com palavras de ordem como “tira a mão do meu IF” e “Nossa luta é todo dia, educação não mercadoria” eles fecharam as ruas, pararam o trânsito, fizeram apitaço, deram apoio a outras instituições ameaçadas com cortes de verbas, parando para aplaudir a Escola Estadual Desembargador Canedo e os Correios da Barra. Eles receberam apoio da população e alguns aderiram ao movimento apesar da chuva forte que caia na hora. Comerciantes, professores e alunos do DECA, funcionários dos Correios, e transeuntes aplaudiram a iniciativa.

Os organizadores do evento fizerem questão de deixar claro, e repetiam a todo momento, que a luta é contra o corte de verbas e em defesa da educação, não contra o governo. A Polícia Militar, comunicada de antemão sobre o ato, ajudou na organização da passeata que foi pacífica e teve adesão até dos motoristas que na falta de apitos, utilizavam as buzinas para manifestar apoio aos estudantes. Alguns passageiros dos ônibus que ficaram parados também aplaudiram a iniciativa.

Desde o início da manhã alunos, professores e funcionários compareceram ao IF onde confeccionaram cartazes e faixas para percorrer as principais vias do bairro. No dia anterior, o diretor do IF, Fausto Neto, conversou com alunos, funcionários e professores nos três turnos de funcionamento e explicou que os alunos serão preservados dos cortes, mas que caso a situação se perpetue “serão inevitáveis cortes com despesas. Teremos de rever a contratação de terceirizados, reduzir viagens técnicas de professores e alunos e até mesmo diminuir o uso do ar-condicionado.”

As manifestações fazem parte do Ato Nacional em Defesa da Educação, que mobilizou milhares de pessoas em todos país em mais de 150 cidades, incluindo todas as capitais. Estudantes de Universidades e escolas públicas e particulares aderiram às manifestações que contaram com passeatas e aulas públicas.

O presidente Jair Bolsonaro, que viajou para Dallas nos Estados Unidos, no dia dos protestos, chamou os manifestantes de “idiotas úteis, imbecis e massa de manobra, usados como instrumento político de espertalhões”. Ele ainda afirmou que gostaria que nada fosse contingenciado, mas que a “a educação no Brasil deixa muito a desejar.”

A fala do presidente provocou uma reação imediata muito forte e negativa nas redes sociais. De um modo geral, os internautas afirmam estarem chocados. Na maioria dos posts e comentários eles dizem que o presidente da república foi desrespeitoso com estudantes, professores, familiares e com os manifestantes de maneira geral, e, ainda mais, ele desrespeitou e colocou em xeque as instituições de ensino e professores de todo país.

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