No Dia Mundial de Combate ao Câncer de Pulmão (1/8), gostaria de sugerir uma entrevista com o médico oncologista Igor Morbeck, membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), para falar sobre como esse tipo de tumor pode ser evitado, a importância dos exames periódicos e os riscos trazidos pelo tabaco, incluindo os cigarros eletrônicos.

No Brasil, o câncer de pulmão é o segundo tipo mais comum e o que mais provoca mortes, sendo quase 90% delas relacionadas ao tabagismo, ou seja, pode ser evitado. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), em 2020, foram registrados 40.409 novos casos desse tipo de câncer no país, com um total de 35.160 óbitos. Por ser um câncer de difícil diagnóstico precoce, a maioria dos pacientes identifica a doença em estágio avançado, o que reduz as chances de cura.

Por meio da Campanha Respire Agosto, o Instituto LAL reforça a importância da conscientização da população sobre as causas do câncer de pulmão, as recomendações de prevenção e o fato de que a doença também pode se desenvolver em quem não é fumante, ou seja, no fumante passivo. Para falar sobre a atuação do instituto no combate à doença, sugerimos uma entrevista com Marlene Oliveira, presidente do LAL.

A seguir, destacamos alguns dados importantes sobre o câncer de pulmão:

·        Uma pesquisa realizada em 2020 pela IQVIA, em parceria com o LAL, aponta que 70% dos pacientes que usam plano de saúde no Brasil recebem o diagnóstico da doença em fase avançada, principalmente por ser assintomático no início, e 74% dos que tratam da doença em estágio 4, quando o tumor já se espalhou para outras áreas do corpo, abandonam o tratamento.

·        O estudo ainda revela que o diagnóstico do câncer de pulmão em fase avançada eleva o custo da assistência na saúde suplementar em R$ 80,4 milhões ao ano – só no serviço privado, o diagnóstico precoce de câncer de pulmão geraria economia de R$ 3,42 bi/ano, o que equivale a R$ 1.122/minuto.

·        Esse cenário foi ainda mais impactado durante a pandemia da Covid-19, que adiou a realização de exames e os tratamentos. Antes da pandemia, 44% dos pacientes que que tinham o tumor em estágio 3 levavam, em média, 10 meses para que sua evolução atingisse o estágio 4. Em 2020, com o adiamento de tratamentos, esse ciclo foi três vezes mais rápido, em cerca de três meses.

·        O tabagismo é o principal fator de risco, mas a incidência em não fumantes é de 20% dos casos. A exposição passiva ao tabaco, doenças pulmonares, histórico familiar de câncer de pulmão e avanço da idade são alguns dos fatores.

·        O cigarro eletrônico também é um fator de risco e tem se popularizado entre os jovens. Além disso, a exposição ao amianto, ao gás radônio, a poluição do ar e histórico familiar devem ser observados para prevenir o surgimento desse tipo de câncer.

·        Os principais sintomas do câncer de pulmão são: tosse persistente ou com sangue, falta de ar, dor no peito, rouquidão, fadiga, perda de peso, perda de apetite, pneumonia recorrente ou bronquite, sentir-se cansado ou fraco e, nos fumantes, ritmo habitual da tosse alterado com crises em horários incomuns são sinais para atenção.

·        De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Oncologia, o câncer de pulmão é prevalente em pessoas acima dos 50 anos, principalmente com 70 anos ou mais. A incidência em adultos jovens é incomum. Abaixo dos 40 anos, o número é de 1 a 6% dos casos e, abaixo dos 50 anos, o percentual é de 7 a 12%.

·        A doença ocupa o primeiro lugar entre os cânceres que acometem os homens em todo o planeta, representando 14,5%, e é a primeira causa de morte por câncer na América Latina, segundo a Sociedade Americana contra o Câncer.

foto: drauziovarella/uol.com.br

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