Presidente da Assembleia lembrou com pesar o período antidemocrático vivido pelo Brasil e ressaltou que o Legislativo Mineiro vem trabalhando para retratar equívocos cometidos pela Casa durante o Governo Militar
O quinquagésimo aniversário do golpe militar que resultou na implantação de um governo totalitário no Brasil foi lembrado pelo deputado estadual Dinis Pinheiro (PP). O parlamentar que preside o Legislativo Mineiro acompanhou o Ciclo de Debates 50 Anos do Golpe Militar de 1964. Realizado pela Assembleia de Minas, a solenidade teve como objetivo fomentar reflexões sobre o conturbado momento político vivido pelos brasileiros.
No início dos trabalhos do Ciclo de Debates, Dinis Pinheiro falou a respeito da importância da reflexão sobre a Ditadura Militar no Brasil, período político em que o país ficou submetido à conduta de um governo antidemocrático. Dinis defendeu que o debate é importante para que, com o passado, “possamos olhar com firmeza para o futuro, atento a outras perspectivas que possam aprimorar nossas instituições” e destacou que a Assembleia de Minas está em um processo de abertura da participação popular e trabalhando na construção e refinamento da democracia.
O presidente da ALMG homenageou aqueles que defenderam a democracia durante a Ditadura Militar e resistiram à ação do governo absolutista em vigência na época. Dinis ressaltou que Minas Gerais, por meio de sua Assembleia Legislativa, vem contribuindo de maneira categórica para reparar as injustiças cometidas no passado. “A Assembleia tem sido exemplar nesta reparação restituindo o mandato dos três deputados cassados após o golpe: Sinval Bambirra, Clodesmidt Riani e José Gomes Pimenta, o ‘Dazinho’”, completou.
Além da restituição simbólica dos mandatos dos três deputados, outra retratação histórica será feita pela Assembleia de Minas. Por meio de um requerimento elaborado por Dinis Pinheiro, já votado em Plenário e sancionado pelo governador Anastasia, o arcebispo-emérito de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, símbolo de resistência às ações do Governo Militar, será agraciado com o Título de Cidadão Honorário de Minas Gerais. Condecoração esta que lhe foi negada em 1979 durante o período ditatorial.
Antes de realizar seu discurso no Plenário, o presidente da Assembleia hasteou a bandeira do Brasil sob a execução do hino nacional brasileiro. Logo após, foi feita a leitura do 66 nomes dos mortos e desaparecidos mineiros durante a Ditadura Militar. Ao final de cada nome lido, repetia-se a palavra “presente” como forma de ressaltar que os mineiros vitimados pelo governo ditatorial do Brasil continuam vivos e foram importantes para a insurgência da democracia no país.
Dinis Pinheiro visitou também a exposição “1964-1985 – A subversão do esquecimento”, inaugurada na Galeria de Arte da Assembleia. Por meio de fotos, documentos, músicas, recortes de jornal, revistas, discos, charges e diversos objetos da época, a exposição busca retratar o clima e os principais acontecimentos sociais, políticos e culturais do período, compreendendo quatro fases distintas: Antecedentes do Golpe; O Golpe; Anos de Chumbo; e Fim da Ditadura. A exposição pode ser visitada até o dia 30 de abril, de segunda a sexta-feira, de 8h às 18h30, sempre com entrada franca.
Crédito de foto: Ricardo Barbosa/ALMG
Fonte: imprensa2.dinispinheiro