Entre os dias 21 e 25 de fevereiro, respectivamente sexta e segunda-feira, foram registrados três tremores de terra em Muriaé. Os dois primeiros, com intensidades de 2.2 e 2.4 da Escala Richter foram confirmados pelo Laboratório Sismológico da Universidade de Brasília -UNB e o terceiro com intensidade menor, 1.9, pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo USP. A Prefeitura informou que os abalos foram sentidos com maior força nos bairros Aeroporto, São José, Planalto, Safira, União, Gaspar, Dornelas, São Joaquim e Barra.

A Escola Desembargador Canedo, na Barra, chegou a retirar todos os alunos do local e encaminhá-los para uma praça do bairro, em função dos tremores da sexta-feira, que aconteceram no meio da tarde. Moradores dos locais atingidos relatam que portas bateram e portões de aço pareceriam receber pedradas. Vidros das janelas tremeram. O coordenador da Defesa Civil Leandro Cunha, comentou que a entidade chegou a receber mais de 400 telefonemas. A Prefeitura divulgou release informando que vistorias já estão sendo realizadas em todos os locais solicitados e não foram registrados danos severos em imóveis e nem feridos.

Em função do grande número de notícias falsas sobre o assunto, divulgadas nas mídias sociais, dando conta das mais diversas e fantasiosas causas para o fenômeno, o Comandante do Corpo de Bombeiros de Muriaé, tenente Dornelas e o coordenador da Defesa Civil precisaram divulgar um vídeo acalmando a população. Nele, ambos afirmam estar em contato direto com geógrafos USP e UNB que seguem monitorando a região. Eles afirmam que a provável causa para os tremores foram processos de acomodação do solo. O Executivo também solicitou a visita de técnicos da Defesa Civil Estadual, para dar parecer sobre o ocorrido.

Mesmo sendo de baixa intensidade, a orientação dos Bombeiros é para que as pessoas deixem os imóveis e sigam para local aberto em caso de ocorrência de novos abalos.

A ASCOM da Prefeitura também divulgou entrevista com o geógrafo Márcio Malafaia Filho. Ele é muriaeense e atualmente é pós-doutorando em Ciência do Sistema Terrestre pelo INPE. O texto informa que a sensação de o tremor ter sido mais forte pode ser em virtude da profundidade onde o abalo sísmico ocorreu. Nele, o geólogo afirma ser “inegável que está havendo atividade sísmica, felizmente de tremores pequenos e dentro da média que ocorre em território nacional, que não causam grandes problemas além do susto.”

A Prefeitura de Muriaé está mobilizada para prestar atendimentos à população. Em caso de necessidade, a Defesa Civil deve ser acionada pelo celular de plantão: (32) 98826-9846.

Saiba mais

Os mapas de registro de abalos mostrados nos sites da UNB e USP localizam o epicentro dos tremores. Os dois primeiros tiveram epicentros diferentes. O primeiro foi registrado às 15h20, do dia 21, pela UNB, com magnitude de 2,2 graus na Escala Richter e epicentro próximo às margens do Rio Glória, acima da BR-356; o segundo, foi registrado às 16h08, também no dia 21, pela UNB, com magnitude de 2,4 graus na Escala Richter, próximo às margens da BR-116, antes da entrada da cidade. O terceiro tremor, registrado às 0h14 de terça-feira, 25 pelo observatório da USP, com magnitude de 1,9 graus não teve o epicentro mostrado no mapa. 

Escala Richter

A escala foi criada em 1935 pelo sismólogo americano Charles F. Richter, integrante do Instituto de Tecnologia da Califórnia. Ele a desenvolveu para medir a magnitude dos terremotos. O objetivo é quantificar a energia liberada no foco do terremoto. Ela começa no grau zero e teoricamente é infinita. Como o princípio é logarítmico, cada ponto a mais significa um efeito dez vezes maior,ou seja, um terremoto de magnitude 6, por exemplo, produz efeitos dez vezes maiores que um outro de 5, e assim sucessivamente.

Veja a seguir a tabela de efeitos

Magnitude menor que 2: tremores captados apenas por sismógrafos;

Magnitude entre 2 e 4: impacto semelhante à passagem de um veículo grande e pesado;

Magnitude entre 4 e 6: quebra vidros, provoca rachaduras nas paredes e desloca móveis;

Magnitude entre 6 e 7: danos em edifícios e destruição de construções frágeis;

Magnitude entre 7 e 8: danos graves em edifícios e grandes rachaduras no solo;

Magnitude entre 8 e 9: destruição de pontes, viadutos e quase todas as construções;

Magnitude maior que 9: destruição total com ondulações visíveis.

Fonte da tabela: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/escala-richter.htm

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