Uma proveitosa Mesa Redonda foi realizada na noite de quarta feira 30 de agosto, no salão de eventos do Sindicato Rural de Muriaé, quando representantes de diversas entidades ligadas ao agronegócio de toda região, lideranças do setor e produtores rurais se reuniram para criar um manifesto, o qual foi encaminhado no dia 31/08 para a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e a representatividade federal em Brasília. Trata-se de um documento que cobra soluções para as péssimas condições no setor econômico vivenciadas pelos produtores, necessitando de medidas urgentes para não desfalcar ainda mais a área. O evento foi uma realização da FAEMG junto ao Sindicato Rural de Muriaé.
Segundo Eduardo de Carvalho Pena, presidente da Comissão Técnica de Pecuária de Leite da Federação de Agricultura do Estado de Minas Gerais,(FAEMG) presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Lavras MG e vice-presidente da Federação de Agricultura, sentiu-se honrado de participar deste evento tão importante e necessário. “Vivemos uma época da pecuária de leite que, no momento, não é favorável, uma fase de preços estreitos. O evento teve o objetivo de buscar alguma solução, encaminhando-a para as autoridades se sensibilizarem quanto a problemas como a importação de leite. Temos que fazer valer nossa voz, porque estamos em muitas dificuldades. Tivemos diversas autoridades presentes, para dar legitimidade ao movimento e a iniciativa está de parabéns, pois é bom para toda região. Gostaria de agradecer o convite e receptividade de todos”, destaca.
De acordo com Henrique Aquino, presidente do Sindicato Rural de Muriaé, no total estiveram presentes cerca de 300 pessoas, tornando a participação bem representativa. “Trata-se de um manifesto que estamos encaminhando para os órgãos competentes, referente ao momento crítico e crucial vivenciado em nossa área, pois o produtor de leite está sofrendo muito com as dificuldades. Talvez a população não entenda, mas eles trabalham e se sacrificam muito, recebendo um valor abaixo do custo de produção, embora todos os encargos tenham subido, inclusive os impostos. Algo tem que ser feito, pois não temos perspectiva. É uma cobrança que já está acontecendo em todo Brasil, porque o produtor acordou, ciente de que o agronegócio é o principal ramo do país. Esperamos ser atendidos, principalmente com medidas referentes à importação e o estabelecimento de regras para não prejudicar o preço interno, despencando o valor como tem sido feito. Com essa força, esperamos uma resposta rápida”, acrescenta.
Para Geraldo Borges, presidente da Abraleite, entidade recentemente criada, em 12 de julho, com mais de 500 sócios fundadores e muitas novas adesões a cada dia, com o objetivo de movimentar o país e unir a categoria fazendo parcerias para defender interesses comuns, o produtor atualmente não tem condições de se manter e isso gera graves problemas econômicos no país, em função do déficit do setor, ainda mais com muitos deles abandonando a atividade mediante essas dificuldades. “Não conseguindo emprego na cidade, ainda gera um caos social. Temos a necessidade de unir esforços, desde os representantes da agricultura familiar e pequenos produtores, que são os maiores prejudicados, até o grande produtor. É fundamental manter o trabalhador no campo e evitar o êxodo rural, ainda mais se tratando do leite, produto essencial para a alimentação e saúde humana. No Brasil temos recursos naturais, alimentação de qualidade para os bovinos, enfim, temos que ser os maiores produtores e não ter que importar, ainda mais de forma errada como tem sido feito, destruindo a cadeia produtiva. A classe tem que estar forte e unida para conquistar seus objetivos. E as entidades têm que ser atuantes e conseguir vantagens para as atividades de seu setor. Estamos cobrando melhores condições”, finaliza.
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