Cuidados, prevenção e tratamento do paciente que sofre com a doença foram debatidos por comissão no Fiscaliza Mais

Cuidados, prevenção e tratamento do paciente que sofre com a doença foram debatidos por comissão no Fiscaliza MaisO fortalecimento da atenção primária, a retomada das carreatas da mamografia no interior do Estado, aumento no número de biópsias e cirurgias oncológicas realizadas e um transporte mais humanizado para os pacientes de câncer do interior. Essas foram algumas das demandas apresentadas por parlamentares e sociedade civil durante reunião do Assembleia Fiscaliza Mais na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), realizada nesta quarta-feira (4/5/22).

Diretora da Regional Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Mastologia, Annamaria Massahud Rodrigues dos Santos destacou o importante trabalho dos agentes comunitários de saúde, que são a principal ponte para a rede de saúde para muitos pacientes. Segundo ela, em alguns casos, mulheres têm nódulos de câncer visíveis a olho nu e não entram no sistema porque não são orientadas a fazerem os exames adequados.

“Quem faz exame, entra no sistema. Precisamos trazer essas mulheres para o sistema, ampliar o acesso à mamografia. Às vezes elas têm menos de 50 anos. Passam anos com lesões crescendo. Tinham 95% de chance de cura e vemos a pessoa morrer porque a intervenção não foi feita quando deveria. E é responsabilidade da Secretaria de Saúde apoiar os municípios menores. Hoje, se o hospital não atende plano de saúde, não recebe recursos”, destacou.

O Secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti Vitor, respondeu à diretora que no ano passado Minas Gerais repassou R$ 1 bilhão para a atenção primária nos municípios.

“A maior parte das nossas metas estão vinculadas ao diagnóstico precoce de câncer de mama e colo uterino. E estamos trabalhando para melhorar o diálogo entre a atenção primária e os demais setores da saúde. A atenção especializada e o hospital precisam ter acesso ao histórico do paciente e estamos buscando isso, investindo em expansão e capacitação. O processo precisa melhorar”, disse.

 

CARREATAS

O vice-presidente da Comissão de Saúde, Doutor Wilson Batista (PSD), questionou o secretário quanto à realização de carreatas da mamografia em cidades do interior, que cobririam “vazios assistenciais” que muitas vezes existem.

“A carreata faz um número grande de exames e os que derem alterados podem ser selecionados e acompanhados, podemos cuidar desses pacientes”, pontuou.

Ele também criticou a não realização de biópsias em muitos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) mineiros e a dificuldade de execução de emendas parlamentares.

“Muitos não têm estrutura ou condições financeiras para fazer o diagnóstico. O paciente que chega lá já tem de ter o diagnóstico. Os hospitais gerais, que já têm a rede de diagnóstico, precisavam ser fortalecidos para fazer isso. O Sistema Único de Saúde (SUS) paga R$ 140 o procedimento de biópsia. Mas só a agulha mais barata para fazer isso é R$ 110. Lugar nenhum vai se dispor a fazer biópsia desse jeito. E sem a biópsia não se consegue o diagnóstico e o tratamento adequado. E precisamos de mais diálogo com a Advocacia-Geral do Estado, que muitas vezes não permite o uso dos recursos pelas instituições às quais direcionamos”, pontuou.

 

Programa do governo espera reduzir filas de cirurgias eletivas

O Secretário de Saúde disse que muitas vezes o teto de gastos é um obstáculo e, por isso, o Opera Mais, que foi lançado no final do ano passado, ajudará na melhoria dos pagamentos dos procedimentos. O programa do Governo do Estado define novos parâmetros para procedimentos cirúrgicos de média e alta complexidade, para diminuir a fila de pacientes que aguardam por cirurgias eletivas hospitalares.

“Essa tabela diferenciada, que queremos lançar logo, nos tornará mais competitivos. Vamos aumentar o número de mamografias e biópsias juntos. E estou com muita expectativa de nos próximos meses zerar a fila para cirurgias eletivas no Estado”, ressaltou.

Ele disse ainda que muitas vezes a ausência de documentos importantes anexados às emendas impedem a execução delas. “Queremos que toda emenda seja executada. Precisamos melhorar o diálogo para garantirmos que o dinheiro vá para onde deve”, afirmou.

Já o deputado Carlos Pimenta (PDT) explicou que muitas cidades ficam afastadas de Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON), e pacientes precisam percorrer até 300 quilômetros para realizar radioterapia e quimioterapia, sem acompanhantes, em carros sem conforto.

“Não haveria a possibilidade de um programa de compras de vans mais adequadas para os municípios? Imagina a pessoa, que já está sofrendo com câncer, fazer uma viagem tão longa e tão desconfortável?”, questionou.

O secretário afirmou que foram destinados R$ 218 milhões a 764 municípios para essa finalidade e que estas cidades já estariam em negociação de compra.

COVID

O Secretário de Saúde aproveitou a prestação de contas para comemorar os bons números, de casos e internações, da pandemia de Covid-19 em Minas Gerais. “Primeira vez que venho aqui para prestar contas e não vim falar de problemas da Covid. Fico muito feliz. Estamos em queda dos casos, dos óbitos, com índices próximos do começo da pandemia, com a vantagem de estarmos vacinados. Finalmente estamos em uma situação confortável”, completou.

 

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