Mensalmente quatro mil mudas de hortaliças são produzidas dentro da unidade prisional de Muriaé. Por detrás da muralha de concreto, mudinhas de alface lisa, crespa e americana, repolho, repolho roxo, cebolinha, salsa, almeirão, quiabo e mostarda crescem dia após dia: a cada muda, um novo olhar de renascimento. Elas são cuidadas pelas mãos de três custodiados que, caprichosamente contribuem para a formação dos canteiros de hortas já implantados ou em implantação nas demais unidades prisionais de todo o estado. Este é o projeto MudaR.
Na Penitenciária de Muriaé três presos se revezam, de domingo a domingo, nos cuidados com o plantio, desde o preparo das sementes e do substrato até o momento da colheita das mudas, que dura em média 30 dias. O trabalho é todo coordenado pelo Policial Penal Sérgio Vasconcelos. Pelo trabalho executado, os detentos recebem remição da pena, quando a cada três dias trabalhados, um é reduzido do tempo total da sentença judicial.
“Esse projeto proporciona benefícios além dos muros da nossa unidade prisional, pois possibilita aos presos o envolvimento em uma atividade produtiva, além de se sentirem úteis por fazerem algo em benefício das instituições da cidade, regressando à sociedade com maior autoestima”, enfatiza o diretor da penitenciária, Rodrigo Camargo.
As unidades prisionais interessadas em novas mudas ou em começar uma horta do zero fazem a solicitação das mudinhas à Diretoria de Trabalho e Produção do Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), que repassa o pedido para a Penitenciária de Muriaé. Após o prazo estipulado, entre 35 e 38 dias, eles vão ao local para buscar as hortaliças que já estarão prontas para serem replantadas.