A tradicional empresa Artes em Ladrilhos completou 100 anos de atividades em Muriaé e já está na quarta geração. A data foi comemorada com uma missa especial de ação de graças, celebrada na noite de 7 de março, pelo Padre Antônio Maria. A presença do celebrante, amigo da família, Galvão, foi uma surpresa feita por uma das filhas do saudoso Mauro Galvão, Marília Rodrigues Galvão. Durante a celebração o padre falou sobre solidariedade, amor e fé, emocionou os fiéis com sua belíssima pregação e músicas.

Em entrevista à Folha do Sudeste, Marília contou um pouco da trajetória da empresa centenária. “A fábrica começou em 1920 com meu bisavô Humberto Ticon. Mestre de obras ele veio da Itália, trouxe a técnica, se instalou em Muriaé e começou a fabricar ladrilhos, fazia também coxos de boi, muros de laca, caixas d’água, bancos e diversos produtos que foram saindo de linha enquanto outros novos foram surgindo. Ele tinha uma filha única, Iracínia Maria Ticon, que se casou com meu avô Joaquim de Castro Galvão. Eles herdaram a fábrica que deram continuidade aos trabalhos do meu bisavô, mais tarde, meu pai, Mauro Tarcísio Galvão, assumiu a empresa e hoje meu irmão, Joaquim de Castro Galvão Neto é quem preside a fábrica. A empresa se chamava fábrica Santa Efigênia e ficou com esse nome até chegar no meu pai que o trocou para Artefatos de Cimento Mauro Galvão e meu irmão modificou para Arte em Ladrilhos. É uma empresa tradicional que atende a todo Brasil e temos muito compromisso com a qualidade.”

“A empresa foi fundada na Praça do Rosário, onde tinha o casarão do meu avô e foi por 80 anos localizada nesse lugar, até que tivemos que nos mudar, porque crescemos muito. Hoje temos 32 funcionários e precisamos construir um galpão em outro lugar, numa parte mais comercial da cidade. Continuamos com o escritório e o showroom no endereço original. Nossos produtos têm alta durabilidade, mantemos a fabricação dos ladrilhos fiel como a primeira peça que foi produzida pelo meu bisavô e nós temos até hoje a prensa na qual ele trabalhava há 100 anos fazendo os ladrilhos”, conta Marília Galvão.

Ela também explica a amizade do Padre Antônio Maria com a família. “Em 2014 eu comecei a trabalhar com o Padre Antônio Maria, como back vocal da banda e, em 2017, fizemos uma doação de ladrilhos para o Santuário dele em Jacareí – SP, Nossa Senhora do Novo Caminho, e ele veio buscar esses ladrilhos, foram cinco mil peças. Nisso, ele ficou conhecendo minha família, minha mãe, meus irmãos e meu pai e prometeu que viria à cidade para celebrar uma missa e cantar. Porque o sonho do meu pai era vê-lo celebrar uma missa comigo cantando junto dele. Infelizmente ele faleceu e, por isso, escolhemos realizar a missa sem 7 de março, porque dia 8 seria aniversário dele. Preferimos que fosse surpresa para não causar muito tumulto e não perder o verdadeiro sentido espiritual da celebração.”

Em seus agradecimentos, Marília lembrou os colegas muriaeense que fizeram questão de se apresentar junto com ela e também os padres da cidade, clientes e amigos da empresa. “São quatro pessoas de Muriaé que tocam com o Padre Antônio Maria: o Marcelo, guitarrista que tem um estúdio em Muriaé, o HP meu primo que e baterista e o Vítor Albuquerque, baixista, que mora em Itaoca. Além de nós, também estavam presentes na celebração, o coral da Cristina que cantou durante a missa. Agradeço aos padres da Matriz São Paulo, Padre Átila e Padre Egberto que foram os que acolheram o Pe. Antonio Maria, a Rita Roriz, a equipe da liturgia que nos acompanhou na missa e a todos ministros da eucaristia e da palavra. É uma equipe enorme que está por trás, agradeço a todos funcionários, muito bem capacitados e a todos clientes e amigos que estiveram presentes e também a minha mãe, Lourdes Rodrigues Galvão, minha irmã Gisela e meus sobrinhos e filhos que participaram da missa.”

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