Diversas autoridades se reuniram em uma Audiência Pública, realizada na noite da última terça (19), no Teatro Belmira Villas Boas, com o objetivo de debater sobre o atual cenário da segurança em Muriaé, com uma onda de violência que vem assustando os cidadãos que aqui residem. Promovido pela Câmara de Vereadores, o projeto de discussão da pauta foi do vereador Reginaldo Roriz e contou com a presença dos demais representantes dos poderes Executivo e Legislativo (municipais e estaduais), Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, OAB, CDL Muriaé, Polícias (Militar, Civil e Rodoviária Federal), e Sistema Prisional. Entre as autoridades municipais, estiveram presentes o vice-prefeito Marcos Guarino e o presidente da Câmara, Carlos Delfim. Também marcou presença o secretário adjunto de Segurança Pública de Minas Gerais, Aílton Lacerda e o deputado estadual Cristiano Silveira. Foram tratados diversos assuntos, como a criação da Guarda Municipal, implantação de ações educacionais, entre outros.
Reginaldo Roriz destacou que, enquanto vereador, membro da Comissão de Direitos Humanos, cidadão muriaeense e cristão, não faz distinção absolutamente nenhuma da vida de Manuela da Matta, com relação às outras 17 que foram ceifadas em Muriaé este ano. Ele explica que a motivação da audiência foram os homicídios, mas também os furtos, roubos e a onda crescente de violência que vem assustando nossa cidade. Apesar de ressaltar que já foram vividos tempos piores, a intenção é que esses momentos não sejam revividos. “Trata-se de uma discussão muito ampla envolvendo o Poder Executivo, Desenvolvimento Social, Cultura, Sistema Prisional, Justiça, Poder Legislativo, as Polícias, entre outros órgãos, para debater de maneira efetiva qual contribuição eles podem dar com a segurança da sociedade e descobrir as melhores alternativas e a melhor forma de aplicar tais políticas. A Polícia Militar não tem condição de fazer um policiamento ostensivo, na prevenção e repressão do crime. No trânsito também precisamos achar uma solução e, com muita responsabilidade, achar uma maneira viável e legal para o município implantar essa política pública”, explica.
Reginaldo lembra que atualmente, com as despesas da folha de pagamento que o município tem, não tinha como comportar um concurso público para contratação. Por isso, fez um requerimento e pediu para que fosse encaminhado ao secretário municipal de Administração, propondo a municipalização do trânsito, para que possa ser feito um estudo orçamentário da possibilidade da criação de uma força para cuidar dessa área. “É uma discussão que pretendemos levar à frente e os próximos passos serão as cobranças que vamos fazer com o Poder Executivo Municipal e Estadual, para que essas políticas sejam fortalecidas e implantadas, e instalar o Gabinete Integrado de Segurança a fim de envolver as entidades, para contar com essas contribuições”, afirma.
De acordo com Cristiano Silveira, deputado estadual, presidente da Comissão de direitos Humanos e vice-líder do governo, em sua impressão, foi uma audiência positiva, de muito conteúdo e representação institucional, trazendo os órgãos ligados diretamente à área da segurança e a sociedade, que é a maior interessada. Para ele, foi um momento de muita representatividade e força institucional, tirando encaminhamentos importantes do conteúdo apresentado e debatido. “São esforços necessários para dar todo o suporte às instituições locais para suas operações e atividades policiais, seja recomposição dos efetivos, novas viaturas ou suporte tático para proceder a operacionalidade das polícias. Houve uma mudança na legislação e desde 2014, a Guarda não é só patrimonial, tem também função de segurança pública, ajudando a incorporar um efetivo que trabalha na vigilância e na prevenção da cidade. Outro ponto importante em questão foi a constituição de um Gabinete de Gestão Integrada, um espaço permanente onde esses participantes se encontrarão periodicamente para debater, analisar, monitorar e estudar as ações de prevenção à violência e criminalidade, com as ações, táticas e operações. Foram passos importantes que começamos a dar. E tem a reivindicação para que, no futuro, possamos instalar aqui um Centro Sócio-Educativo. As operações articuladas da Polícia Civil e Polícia Militar já podem ser imediatamente, compromissos a curto prazo. A instrumentalização, a parte de equipar a incorporação de efetivo, tem o médio prazo. E a longo prazo temos as ações de prevenção. Visamos fazer o Estado mais presente na vida das pessoas e precisamos do apoio desses órgãos, para educar os jovens com cidadania e pensar no futuro”, destaca.
O vereador Julio Simbra, também como representante de uma das forças de segurança (Polícia Rodoviária Federal), conduziu a Audiência. lembra que, segundo pesquisas, essa é a política pública mais importante e que mais preocupa a população depois da saúde. “Sem ela, não dá pra fortalecer outros segmentos em nossa cidade para que possam funcionar bem. Estamos vivendo momentos muito difíceis de criminalidade em Muriaé nos últimos anos e têm que ser tomadas medidas efetivas. Algumas deliberações já foram realizadas e escritas, mas essa audiência foi um verdadeiro marco, já que conseguimos reunir várias entidades e poderes de todas as esferas. Isso foi muito importante. O objetivo é colocar em prática, cobrando e devolvendo à população o que eles anseiam. Foi um debate rico para tomarmos as atitudes”, completa.
No pronunciamento do presidente da CDL Muriaé, Sr. Leandro Latini, o mesmo ofereceu o auditório da instituição para as próximas reuniões de trabalho, que na sua opinião, deverão ocorrer com a maior brevidade possível, para que as idéias apresentadas não fiquem somente no papel.
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