O Dia dos Namorados está chegando e, mesmo com o preconceito que ainda enfrentam, pessoas com deficiência namoram e fazem questão de comemorar a data. As dificuldades de cada um são superadas pela afinidade, carinho e companheirismo que sustentam as histórias de amor.
Ao longo de nossa existência, mitos e lendas foram criados em torno do namoro de pessoas com deficiência intelectual. Não faltaram rótulos de assexuadas, inférteis ou mesmo incapazes de controlar seus impulsos sexuais; arquétipos que precisam ser derrubados! A sexualidade é parte integrante da personalidade e as necessidades afetivo-sexuais mediam as relações que surgem ao longo de nossas vidas, seja entre pessoas com deficiência ou não.
Especialista em inclusão social, o Defensor Público Federal André Naves lembra que a Lei Brasileira de Inclusão, em seu artigo 6º, assegura que a deficiência, de qualquer tipo, não prejudica a capacidade civil da pessoa para se casar ou constituir união estável; bem como o direito de exercer direitos sexuais e reprodutivos; ter acesso a informações sobre reprodução e planejamento familiar; conservar a fertilidade – sendo vedada a esterilização compulsória -; e exercer direito à família e à convivência familiar e comunitária.
“Nossa sociedade, apesar de ainda não estar preparada para aceitar uma relação que envolva um deficiente e outra pessoa com ou sem qualquer tipo de limitação, muito tem avançado neste sentido. Sabemos que os deficientes enfrentam dificuldades até na hora da aceitação da própria família, quando anunciam um relacionamento amoroso. É fundamental o diálogo entre os casais e suas famílias e/ou amigos no momento de iniciar um namoro. Todos precisam entender que, apesar das dificuldades do dia a dia que certamente vão surgir, o amor e companheirismo sempre ajudarão a superar os obstáculos”, afirma Naves.